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sei lá quando caçador de ventos

dois espaços divididos por uma fronteira,  o corpo, desejo irresistível de o desconstruir em todas moléculas  existir em todo lado e deixar de existir em qualquer lugar  abstracto momento esse a que chamam de tempo  espaço manifesto fora que vem de dentro  recreativo acto de si-próprio, descobre-se ou se reafirma,  vive consciente ou vai vivendo nadando numa maré concorrente.  assim seguindo permanecendo durante esse espaço de tempo  nadando, vivendo possível entrega a essa viajem no tempo  para obter algo mais do que a vida possa dar. 

reencontro

saudade, apaziguada distância de tempo e espaço  nada insignificante para o desejo de reencontro.  alguma paz em falta, talvez.  a fé diz que sim, olhos voltarão a tocar-se.  que os dois corações se toquem em tão desejado abraço  e que ambos lábios se acariciem.  um momento em que o tempo pára e dois seres se reencontram,  comunicam realidades outrora paralelas e distantes  agora, uma nova delas.

Peregrino

posso explorar a base. vivo algures entre o céu e o inferno. só conseguirei chegar a algum lado se conhecer bem essas fronteiras. se conhecer minimamente esses mundos...

Afro'disse

não te vejo como uma deusa embora venhas da terra deles. Mas sinto como se fosse um perante a tua presença. na realidade sinto todos nós o somos a minha alma anseia realizar-se aqui e tu, involuntariamente despertas a emancipação da perfeição em mim. Perfeição momentânea Foi pouco mas foi perfeito Não deixou defeito Apesar de me parecer ter sido Incompleto...

esquecer

na psique encontro uma cova  onde perco momentaneamente a minha fé  e desço desde este lugar por debaixo do céu  até ao inferno sem me esquecer quem sou.  mas esse, parece-me um desafio quase constante...  o problema não é esquecer-me de mim.  o problema será talvez querer...

destino aveirense

balão de cor laranja flutua nas mesmas águas que outro da mesma cor, aproximadamente a um ano de distância. nas águas dos antigos capitães navega. encontrado por ali, sem destino definido, a mercê das águas, do vento e das paredes do canal. simplicidade, procurada desde alguns dias, encontrando-se com os meus olhos fazendo-me navegar também nas marés dos pensamentos... um pouco me sinto como esse balão abandonado, possivelmente por uma criança, para que alguém um pouco mais crescido se lembrasse de quem já foi. um balão como o sol no horizonte que se põe ao fundo do mar contemplado em terra. lembra-me também um pouco como incerto é o futuro. um dia o ar que lhe dá forma tornar-se-à escasso ele morrerá. assim como cada uma das pessoas que tiveram disponibilidade para o observar ou não.

o quê?

indisponibilidade aparente direito à individualidade como a que nos tempos em que não existia tecnologia, agora telepatia. regozijo à procura de novidade "crepitação da madeira quando arde" deslumbrando automaticamente adeptos da simplicidade. jogo em que ninguém perde quando partilha sendo a partilha a única possível descoberta, inexistência de possível conceito?